Olá, o meu nome é Francisco. Faz 2 meses que estou em Itália a viver o meu ano de intercâmbio. Viver! É certamente o verbo desta experiência. Viver uma cultura nova, viver sem a minha família, viver sem os meus amigos de sempre. Parece uma tristeza abandonar tudo mas digo já que não é. Renasci no dia em que meti pé em Itália, uma nova vida em que comecei por conhecer centenas de pessoas de diferentes países, todos na mesma situação que eu, meio perdido, meio desorientado, sem saber o que me esperava o futuro.
Depois de 2 dias em Roma conheci a minha família de acolhimento em Turim. A melhor família de acolhimento do mundo. Agora estou a viver numa cidade pequena em que ninguém fala ou Inglês ou Português. Tive de aprender portanto a língua o mais rápido possível. Nas primeiras semanas comecei a falar o “portitaliano” em que maior parte das coisas que queria dizer já conseguia transmitir aos meus amigos e aos 2 meses já posso considerar que sei mais uma língua. Saber a língua é absolutamente a melhor forma de integrar-se. Existem muitas diferenças (choque cultural): Na escola, temos um intervalo de 10 minutos por dia, temos de ir sábado à escola e há testes orais e escritos todas as semanas; quando se chega a casa tem de se tirar os sapatos da rua; o almoço é sempre massa.
No fim de contas há tanto que mudou mas mesmo assim é tudo muito fácil se tivermos uma mentalidade de tolerância e paciência ou seja estar preparado para adaptar-se a qualquer situação. O cansaço é uma coisa que já é normal, sempre que posso durmo e descanso. É realmente fatigante estar todos os dias a traduzir palavras na cabeça e processar todas as informações. Significa que estou a viver e digo já que quem está sempre aborrecido deve fazer AFS. É um ano certamente sem aborrecimentos. Tenho pensado muito sobre o meu futuro, um dos meus objetivos deste ano. Tenho aprendido muito sobre esta cultura e viver numa sociedade cuja mentalidade é diferente da minha ensina mesmo muito. Para além disso aprendi muito sobre mim, é verdadeiramente uma viagem de autoconhecimento. Tenho visto coisas de perder a respiração e não me lembro de ter comido mal desde que aqui cheguei. Realmente não sei o que seria se tivesse perdido esta experiência.
Queria agradecer a todos os voluntários que me deixaram os conselhos necessários para ter esta experiência que me está a correr como uma maravilha. Gostaria de realçar que todos os estudantes dos outros países não vieram tão bem preparados como eu, não tiveram a sorte que eu tive de ser preparado pelos melhores voluntários do mundo. Agora vejo que todas as actividades que pensava que fossem estúpidas ou sem sentido foram as que mais ajudaram no fim de tudo. Obrigado a todos por me deixarem viver este sonho intercultural. Está a ser fantástico!
“Happiness is a choice, not a result. Nothing will make you happy until you choose to be happy.”
Francisco Palma; estudante AFS 2014/2015, Itália