A Beatriz esteve na Suíça, perto de Berna, entre 15 de Agosto de 2014 e 3 de Julho de 2015. A experiência da Beatriz e nossa (família) foi absolutamente positiva, tanto durante o período em que ocorreu como o que veio/está a acrescentar à nossa vivência familiar desde que ela chegou.
Enquanto esteve lá, sentimos que ela aproveitou ao máximo, com responsabilidade, alegria e gratidão à oportunidade que lhe foi concedida. Esteve sempre muito bem-disposta e integrou-se com muita naturalidade nos vários contextos a que foi sujeita. Percebeu que teve muita sorte com a família de acolhimento e sentimos que a família Rutschi conseguiu suprir da melhor forma as saudades e necessidades da Beatriz. Apenas os primeiros 15 dias foram um pouco complicados para nós, pois foi difícil “desligar” da Beatriz: estávamos a querer ser os mesmos pais, à distância, o que não é possível. Desde que ela saiu do aeroporto de Lisboa, passámos todos a viver uma outra realidade e uma nova relação. Percebemos rapidamente que tínhamos de a deixar viver a sua experiência e decidimos “desligar o interruptor da preocupação constante”. Quando o fizemos, ficamos tranquilos e passamos a deixar que fosse a Beatriz a contactar-nos quando lhe apetecia e aprendemos a perceber e a respeitar isso. Estivemos todo o tempo com saudades mas perfeitamente descansados e tranquilos pois ela transmitia-nos sempre muita serenidade e boa disposição.
Nos primeiros 2/3 meses ela estava feliz mas muito cansada. A adaptação foi exigente e a comunicação num idioma totalmente desconhecido, esgotante. Hoje, está a frequentar o Instituto Goethe para consolidar uma das competências que lá adquiriu (fluência no Alemão).
A Beatriz não conseguiu equivalência ao 12º ano, razão pela qual, perdeu, no contexto português, um ano académico, mas, na realidade, ganhou “vários anos” de outras experiências e de novas competências, seguramente muito mais importantes para o seu currículo.
Ela, hoje, é uma jovem mais tolerante, mais responsável, mais autónoma, mais madura, mais crítica, mais confiante e, sobretudo, mais feliz. O seu regresso, apesar dos nossos receios, foi relativamente pacífico e natural, apesar de ter, por vezes, alguns momentos de nostalgia e de “evasão”, que sabemos serem perfeitamente naturais.
Os pais de acolhimento, a Anita e o Martin, já vieram a Lisboa visitar a Beatriz e conhecer a nossa família e foi uma experiência muito gratificante. Sentimos a enorme cumplicidade deles com a Beatriz, o quanto gostam genuinamente dela, e ela deles, e sentimos que nunca lhes conseguiremos agradecer o que fizeram por ela.
Para terminar, a maior palavra de reconhecimento pelo excelente e inexcedível papel dos colaboradores da AFS. Desde o primeiro momento, em que fui reunir com a responsável de envio na sede da AFS, até ao dia do regresso da Beatriz e do fim-de-semana de reorientação, em Évora, não temos uma única nota menos positiva. Tudo funcionou lindamente, tanto em termos de prazos para os vários momentos que se foram sucedendo, como das informações necessárias, das sessões de preparação e das respostas imediatas às nossas interpelações, tanto por telefone, como por email.
Conceição Dantas
Família de Envio de Beatriz Dantas
Programa AFS Portugal-Suíça 2014/15