Assim tendo sido, a primeira grande consequência foi tratar-se de um projecto de toda a família, projecto que dura dez meses, dez meses que não controlamos na íntegra e, sobretudo, que envolvem um projecto de outra pessoa – do estudante AFS.
Trata-se de um projecto de família que une todos desde o momento da decisão de acolhimento até à escolha do estudante AFS em concreto, passando pela vontade de todos irem buscar a nossa «eleita», de todos quererem explicar como vivemos, de como são as pequenas regras e os hábitos da nossa casa, de como é a vida na família, na escola, no bairro, na cidade…
Mas a experiência de receber um estudante AFS passa, obviamente, por termos todos que perceber que o projecto mais importante que se vai desenrolar durante dez meses pertence ao estudante AFS, havendo a necessidade de, sem mudar os hábitos e as pequenas regras da família, tentar proporcionar-lhe uma ambientação gradual, pacífica e natural, que contribua, numa primeira fase, para a sua estabilidade interior e, posteriormente, para uma integração na comunidade familiar, escolar e social.
Já tivemos duas experiências e ambas correram bem embora, por razões culturais e da própria personalidade da estudante AFS, tenhamos tido uma muito maior empatia com a segunda, da qual ficámos verdadeiramente amigos e com quem mantemos um regular contacto.
A verdadeira integração do estudante AFS dá-se quando o passamos a considerar mais um membro da família com todas as magníficas consequências que daí se podem tirar.
No nosso caso, passou a ser a nossa quarta filha, a qual, apesar de já ter ido embora há nove meses, tem a sua fotografia ao lado dos nossos outros filhos na sala.
Já estamos a pensar como a havemos de trazer de volta a Portugal para nos visitar.
Programa AFS Itália-Portugal 2013/2014