Já se passaram cinco meses e meio desde que estou em Crystal Lake, Illinois nos Estados Unidos. Nem consigo acreditar, o tempo está a voar. Tudo parece passar demasiado rápido; por vezes só quero parar o tempo e respirar um bocadinho.
Parece que ainda ontem estava a conhecer a minha família de acolhimento. Ainda me lembro, estava a morrer de nervos mas muito entusiasmado ao mesmo tempo. Calhou-me a sorte grande com a minha família. Parece que eles foram feitos à minha medida. Tenho uma mãe, um pai, dois irmãos mais velhos e uma irmã também mais velha. Já nenhum dos meus irmãos vive em casa mas estou muitas vezes com eles. Com eles já fui à Florida, Michigan, Wisconsin, Minnesota e Chicago. Custa-me a acreditar que em tão pouco tempo já fiz tanta coisa e já aprendi tanto. Agora estou completamente à vontade com a minha família de acolhimento e sinto a 100% que sou um deles.
Tive também muita sorte com os meus amigos na escola. A namorada do meu irmão conhecia uma das raparigas que anda na minha escola e mesmo antes de a escola começar essa rapariga e os amigos dela (que entretanto se tornaram nos meus amigos também) vieram a minha casa para nos conhecermos todos. Quando chegaram senti que os conhecia há anos. A partir daí foi sempre a conhecer mais pessoas e fortalecer amizades. Estou mesmo muito contente por ter um grupo na escola que tenha à vontade enorme e com quem posso fazer programas ao fim-de-semana. A escola foi uma diferença enorme, as aulas, os professores, a maneira como os alunos se dividem… tudo!
Até agora já experienciei milhões de coisas novas: comidas, jogos de futebol americano, golf, festas muito diferentes das que tenho em Portugal mas igualmente divertidas, snowboard (onde infelizmente parti o braço), patinagem no gelo, andar num avião com apenas quatro lugares à noite sobre Chicago, andar de barco pela Florida… Como podem ver foram muitas experiências novas em apenas cinco meses e meio.
Claro que este ano não é só coisas boas. Mas eu estava preparado para tudo. Claro que a adaptação custa e que as saudades não ajudam, no entanto são todas as coisas boas que nos fazem superar estes maus momentos. Acreditem, não é fácil estarem longe dos vossos pais, amigos e da vossa zona de segurança durante tanto tempo mas sei que esta experiência me está a dar milhões de coisas boas e me está a fazer crescer imenso. Não trocava este MEU ano por nada neste mundo. Sim, porque este é o meu ano. Sinto-me um sortudo por ter uns pais que me conseguiram proporcionar este ano do outro lado do mundo.
Agora vou viver a outra metade desta experiência tal como vivi a primeira, ao máximo! Aconselho qualquer pessoa a embarcar nesta aventura. A AFS muda vidas e a minha tenho a certeza que já mudou para sempre.
Tomás Burguete | Estudante AFS Portugal 2016/2017 | Portugal – Estados Unidos